quarta-feira, 25 de maio de 2011

SIMPEP alerta para os impactos da proibição da sacola plástica

Referente ao Projeto de Lei aprovada na cidade de São Paulo, o SIMPEP – Sindicato da Indústria de Material Plástico do Paraná – ressalta a importância do plástico na contemporaneidade e da necessidade de implantação de políticas de reciclagem adequadas ao perfil do homem moderno.

Para evitar contaminações, os órgãos de saúde do país recomendam que o lixo seja devidamente embalado com o plástico. Sendo assim, uma pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas como saco de lixo pela população brasileira. O SIMPEP destaca que a proibição apenas vai forçar o consumidor a comprar sacos de lixo, um custo a mais para milhares de familias que muitas vezes já sofrem para manter seu orçamento.

As características da sacola plástica confirmam a diversidade de maneiras de utilização pela população. Por elas serem econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, a pesquisa do Ibope ainda comprova que 71% das donas de casa consideram a sacolinhas de plástico como o meio ideal para transportar suas compras.

Como as sacolas são 100% recicláveis e reutilizáveis, a proibição é, para o SIMPEP, uma alternativa inconsistente e arcaica, já que os meios de reciclagem e de preservação ambiental devem evoluir com as novas tecnologias. Ainda segundo o Sindicato, o problema está no desperdício e no descarte incorreto, que podem ser solucionados com projetos de orientação e de conscientização, além da responsabilidade compartilhada entre a indústria, o varejo, a população e o governo.

Quem vai sofrer o impacto da proibição não será somente a população, que terá uma despesa extra com sacos de lixo, mas também os 6 mil funcionários da cadeia produtiva das sacolas plásticas de São Paulo, que poderão perder seus empregos.

Todas as instituições ligadas ao setor defendem o uso das sacolas plásticas, porém destacam que devem ser fabricadas com a qualidade exigida pela Norma ABNT NBR-14937, porque uma sacola mais resistente inibe a prática de colocar uma sacola dentro da outra para transportar os produtos pesados, além de poderem ser usadas mais vezes.

Sacolas mais resistentes são a base do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, desenvolvido pela Plastivida, INP (Instituto Nacional do Plástico) e a ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) para envolver indústria, varejo e população na questão da melhoria na qualidade das sacolas e nas boas práticas de uso e descarte dessas embalagens para evitar o desperdício.

Este projeto tem como meta reduzir em 30% o uso das sacolas plásticas até 2012.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Banimento é um caminho ou uma falta de visão sistêmica?

• Perguntamos: deveríamos banir as sacolas ou promover ações em favor de seu uso responsável? Imagine se baníssemos tudo o que é moderno e que ao mesmo tempo tenha algum impacto ambiental. Voltaríamos aos primórdios, com baixa qualidade e baixa expectativa de vida e com epidemias que, atualmente, só fazem parte dos livros de história e total falta de higiene no contato com os alimentos.

• Na sociedade contemporânea, a melhor forma de usufruir dos benefícios (conforto, praticidade, economia, segurança e qualidade de vida) a que todos temos direito é utilizar este ou qualquer outro produto de forma responsável, o que significa aplicar o conceito ambiental, reconhecido internacionalmente, dos 3R's: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

• A sacola plástica é 100% reciclável e, quando feita dentro de norma, mais resistente, pode e deve ser reutilizada – até mesmo para novas compras em supermercado - sem onerar o consumidor. Hoje, o Brasil conta com uma indústria de reciclagem de plásticos ociosa em mais de 30% uma vez que o país não conta com processos de coleta seletiva adequados para que menos materiais que podem ser reutilizados acabem nos lixões e aterros.

• Acreditamos que a população não pode ser penalizada – seja com cobranças extras, com a geração de novas despesas com sacos de lixo, ou mesmo com a perda e empregos na cadeia produtiva das sacolas plásticas (que hoje garante em São Paulo cerca de 6 mil empregos diretos).

• A saída está na educação e na responsabilidade compartilhada – indústria, varejo, população e governo fazendo sua parte para adequar a questão do consumo e do descarte.

Posicionamento frente ao projeto de lei da sacolinha em SP

• No dia 17 de maio, a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou o Projeto de Lei 496/2007, que dispõe sobre a proibição da distribuição gratuita ou venda de sacolas plásticas aos consumidores em todos os estabelecimentos comerciais da capital. O PL define que os estabelecimentos comerciais devem estimular o uso de sacolas reutilizáveis, confeccionadas com material resistente e que suportem o acondicionamento e transporte de produtos e mercadorias em geral.

• São Paulo é o maior centro consumidor do país e sofrerá com a penalização: perda de movimentação no comércio, empregos em risco na cadeia produtiva, além da penalização da população em si e do meio ambiente.

• As sacolas plásticas são apontadas incorretamente como sendo causadoras de impacto ambiental, quando na verdade o problema não reside nelas e sim no desperdício, no descarte incorreto e na falta de uma política adequada de reciclagem de resíduos pós-consumo.

• Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas. Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis. Pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas como saco de lixo, 71% constituem as embalagens preferidas da população para transportar suas compras e 75% das donas de casa são a favor do seu fornecimento pelo varejo.

• Embalar o lixo em plástico é uma recomendação dos órgãos de saúde do país, para que se evitem contaminações. A sacola plástica é reutilizada pelo consumidor para acondicionar o lixo doméstico, assim como para outros tantos usos, o que representa higiene, economia e atitude ambientalmente responsável. Na falta dessa embalagem, o consumidor deverá comprar sacos de lixo, o que irá gerar custo adicional às famílias.

• Ambientalmente, as sacolas plásticas são comprovadamente as mais amigáveis. Estudo encomendado pelo governo britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas mostrou que a sacolinha de plástico tem melhor desempenho ambiental em 8 das 9 categorias avaliadas. Outro importante dado é que ela apresenta a menor geração de CO2 em seu processo produtivo, além de consumir menor quantidade de matéria-prima frente às outras opções.

• Com isso em vista, acreditamos que o combate ao desperdício a partir da educação: conscientização sobre o uso correto, reutilização e descarte responsável das sacolas plásticas é o caminho adequado.

• Defendemos que as sacolas plásticas sejam utilizadas sim, porém fabricadas com a qualidade exigida pela Norma Técnica ABNT NBR-14937. Isso porque as sacolas mais resistentes inibem a prática de se colocar uma sacola dentro da outra para transportar produtos mais pesados ou utilizar somente a metade de sua capacidade, além, de poderem ser usadas mais vezes, mesmo para as compras em supermercados.

• Essas sacolas mais resistentes são a base do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, desenvolvido pela Plastivida, Instituto Nacional do Plástico (INP) e Associação Brasileira da indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), para envolver indústria, varejo e população na questão da melhoria na qualidade das sacolas e nas boas práticas de uso e descarte dessas embalagens.

• Com uma sacola dentro da norma e com a educação da população para o uso e descarte adequados dessas embalagens o desperdício é combatido. O consumidor pode levar sua sacola plástica mais de uma vez ao supermercado, depois disso dar a ela outras finalidades (embalar alimentos, carregas produtos molhados na bolsa, recolher as fezes de animais domésticos ou mesmo usar como saco de lixo)

• Presente em oito capitais (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis), o Programa traz resultado notório: 4 bilhões de sacolas plásticas deixaram de ser consumidas de 2007 a 2010. Mesmo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) reconhece o esforço como inovador, consistente e equilibrado. O Programa segue em 2011 com o objetivo de alcançar e até mesmo ultrapassar a marca dos 30% de redução no uso de sacolas plásticas até 2012.

• Na capital paulista, as redes de varejo signatárias do Programa, como o Pão de Açúcar, por meio da educação do consumidor, já reduziram significativamente o desperdício, graças a distribuição de sacolas dentro de normas e do trabalho de educação do consumidor.

• As entidades também lançaram em 2010 a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que tem levado os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o País.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

3,9 bilhões de sacolas a menos em 3 anos

O Programa de Consumo Responsável de Sacolas Plásticas conseguiu reduzir 3,9 bilhões de unidades no Brasil, sem precisar proibi-las. Acompanhe a reportagem:


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Posicionamento da Indústria frente ao banimento das sacolas em SP

Posicionamento da indústria frente ao acordo da APAS e governo do estado de São Paulo

• O Governo de São Paulo e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) anunciaram um acordo com vistas ao banimento de sacolas plásticas no Estado até o final do ano. Segundo o anúncio, os supermercados deixarão de distribuir estas sacolas. No lugar, irão vender sacolas plásticas feitas de material biodegradável a R$ 0,19 e sacolas retornáveis (ráfia, algodão etc.). Também se comprometerão a disponibilizar caixas de papelão usadas.

• As sacolas plásticas são apontadas incorretamente como sendo causadoras de impacto ambiental, quando na verdade o problema não reside nelas e sim no desperdício e no descarte incorreto de uma parte das sacolas.

• Por isso, defendemos que o consumidor não seja penalizado desnecessariamente com cobranças extras pelas sacolas.

• Defendemos a livre escolha do consumidor sobre a melhor embalagem para cada finalidade.

• Defendemos o combate ao desperdício a partir da educação: conscientização sobre o uso correto, reutilização e descarte responsável dos plásticos.

• A sacola plástica é reutilizada pelo consumidor para acondicionar o lixo doméstico, assim como para outros tantos usos, o que representa higiene, economia e atitude ambientalmente responsável. Na falta dessa embalagem, o consumidor deverá comprar sacos de lixo? Embalar o lixo em plástico é uma recomendação dos órgãos de saúde do país, para que se evitem contaminações.

• Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas. Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis. Pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas como saco de lixo, 71% constituem as embalagens preferidas da população para transportar suas compras e 75% das donas de casa são a favor do seu fornecimento pelo varejo.

• O casamento das sacolas plásticas com a preservação do meio ambiente pode ser observado no estudo encomendado pelo governo britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas de supermercado. Este estudo mostrou que a sacolinha de plástico tem melhor desempenho ambiental em 8 das 9 categorias Avaliadas. Outro importante dado é que ela apresenta a menor geração de CO2 em seu processo produtivo, além de consumir menor quantidade de matéria-prima frente às outras opções.

• Assim, o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas foi desenvolvido pela Plastivida, Instituto Nacional do Plástico (INP) e Associação Brasileira da indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), para envolver indústria, varejo e população na questão da responsabilidade. O Programa parte do princípio que é direito do consumidor escolher a melhor embalagem para carregar suas compras.

• O resultado dessa iniciativa tem sido notório: 4 bilhões de sacolas plásticas deixaram de ser consumidas de 2007 a 2010. Mesmo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) acaba por reconhecer em seus números de redução do desperdício das sacolinhas que a maior parte dela foi obtida pelo nosso Programa: inovador, consistente e equilibrado.

• Presente em oito capitais (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis), o Programa segue em 2011 com o objetivo de alcançar e até mesmo ultrapassar a marca dos 30% de redução no uso de sacolas plásticas, marca que já foi ultrapassada, por exemplo, pelo Pão de Açúcar, com a implantação do Programa em suas lojas no Brasil.

• As entidades também lançaram em 2010 a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que tem levado os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o País.

• Perguntamos: deveríamos banir as sacolas ou promover ações em favor de seu uso responsável? Imagine se baníssemos tudo o que é moderno e que ao mesmo tempo tenha algum impacto ambiental. Voltaríamos aos primórdios, com baixa qualidade e baixa expectativa de vida e com epidemias que, atualmente, só fazem parte dos livros de história e total falta de higiene no contato com os alimentos.

• Na sociedade contemporânea, a melhor forma de usufruir dos benefícios (conforto, praticidade, economia, segurança e qualidade de vida) a que todos temos direito é utilizar este ou qualquer outro produto de forma responsável, o que significa aplicar o conceito ambiental, reconhecido internacionalmente, dos 3R's: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

• No caso das sacolas plásticas isso é possível quando estas são feitas com a qualidade exigida pela Norma Técnica ABNT NBR-14937. Sacolas mais resistentes inibem a prática de se colocar uma sacola dentro da outra para transportar produtos mais pesados ou utilizar somente a metade de sua capacidade.

• Essas sacolas mais resistentes também podem ser reutilizadas mais vezes em diversas aplicações como para guardar roupas, transportar objetos, guarda-chuvas, embalar todo tipo de produto, entre muitas outras. Ao final de sua vida útil, a destinação adequada das sacolas para a reciclagem ou para embalar o lixo doméstico - fator primordial para saúde pública - garante que elas não serão encontradas no meio ambiente.

• Quando se fala em preservação ambiental e consumo responsável, não se trata de uma ação isolada. Além da redução no desperdício e da reutilização, também abordamos a coleta seletiva e a reciclagem (mecânica e energética).

• A palavra biodegradável é sedutora – dá a entender que o plástico poderia ser descartado de qualquer forma que acabaria sumindo – o que não é verdade e deseduca a população. Ele não se biodegradará, pois no Brasil não existem usinas de compostagem.

• A biodegradabilidade também compromete irremediavelmente a reciclagem dos plásticos convencionais. Para que isso não aconteça, na hora do descarte, os plásticos biodegradáveis devem ser separados dos convencionais. Portanto, reforçamos que sem a educação da população a questão da preservação ambiental fica comprometida.

• A sacola plástica é 100% reciclável e, quando feita dentro de norma, mais resistente, pode e deve ser reutilizada – até mesmo para novas compras em supermercado - sem onerar o consumidor.

Banir material plástico não é consenso entre ambientalistas

É glorioso que exista, no começo deste século, uma noção inédita de que o planeta não é uma lixeira sem fundo. Bem ou mal, o discurso verde pegou.
Não é consenso, porém, que banir as sacolinhas seja uma vitória ambiental. Existem pelo menos três questões importantes que são levantadas pelos ambientalistas.
A primeira se refere ao fato de que as sacolinhas representam fração bem pequena do lixo nacional: 1,29%.
Certamente as sacolinhas criam problemas sérios, como entupimentos na rede de esgoto e danos à vida marinha. Mas é necessário tomar cuidado para não torná-las um bode expiatório ambiental, deixando em segundo plano questões mais importantes, como o aquecimento global ou o desmatamento.
Corremos o risco de ver o sujeito que vai ao mercado com a sua camionete movida a diesel se considerando ecologicamente correto por usar uma ecobag.
Nas palavras do cientista ambiental britânico James Lovelock, a preocupação atual com as sacolas é como estar no Titanic afundando e se preocupar em "reorganizar as cadeiras no convés".
A segunda crítica é que as sacolas vão ser substituídas por outras, biodegradáveis, feitas a partir de milho.
Elas se decompõem rapidamente, algo maravilhoso, mas há de questionar até que ponto vale a pena usar comida para fazer sacolas, inflacionando alimentos.
A última questão se refere a quem vai pagar a conta. Quem assinou o acordo foram os supermercados e o governo estadual, mas o custo ficará para o consumidor.
Cada sacolinha de milho vai custar R$ 0,19. Hoje, os mercados incorporam ao preço dos produtos o custo das sacolinhas. Isso vai ser devolvido ao cliente?
Em tempos de marketing verde, parece que os supermercados ganharam uma oportunidade única de reduzir custos e, de brinde, vender uma imagem de ecologicamente corretos.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2604201105.htm

terça-feira, 10 de maio de 2011

Sacos de lixo encarecem o orçamento familiar

Sacos de lixo entram na lista de compras e encarecem orçamento

Aquisição do produto entra no foco das donas de casa e pesa no orçamento. Diferença de preços chega a 85,7% em BH

Com o fim da distribuição das sacolas plásticas em Belo Horizonte, a embalagem para o lixo entrou na lista de compras e já pesa no orçamento doméstico. Levantamento do site Mercado Mineiro em 10 supermercados da capital mostra que o preço médio encontrado pelo produto reciclado de 50 litros, com 30 unidades, é de R$ 17. A variação de preços é alta e chega a 85,7%, uma vez que o pacote de sacos de lixo é vendido entre R$ 11,79 e R$ 21,90 na cidade. Fabricantes acreditam que o valor do produto permaneça estável. A expectativa é de que não seja registrada nenhuma alta forte na procura pelos saquinhos, pois a população de baixa renda deve retomar ao velho hábito de dispensar o lixo sem acondicioná-lo em embalagens de polietileno.

A dona de casa Heloísa Machado acrescentou a embalagem plástica à sua lista de supermercado. Ela pagou pelo produto reciclado pouco mais de R$ 20 e, mesmo podendo arcar com o custo extra, observa que não são baratas. Ela conta que para fazer o produto render, está utilizando a capacidade máxima das embalagens. “Passei a dispensar o lixo a cada dois dias, ao invés de diariamente.”

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens de Plástico (Abief), Alfredo Schmitt, o crescimento da demanda pelo produto nas classes A e B não será suficiente para fazer o preço cair. “As famílias mais pobres que recebiam a sacolinha de graça não vão gastar em média R$ 15 por mês para comprar sacos plásticos. O impacto na produção da indústria vai ser bastante grande.”

Aos 82 anos, Lia Orlandi França é voluntária em trabalhos sociais em regiões de baixa renda. Moradora de um ponto nobre de BH, ela observa que o hábito da reciclagem e reaproveitamento ainda é tímido até mesmo em locais que contam com a coleta seletiva. “Estou muito preocupada. Não vejo investimentos na educação da população. Com o fim das sacolas, ninguém está ensinando aos mais pobres como lidar com seu lixo”, diz. Ela recicla os resíduos domésticos há vários anos.


A babá Angélica Ferreira não compra os sacos para lixo porque, segundo ela, o volume de sacolinhas que recebia no comércio era muito grande e ainda conta com algum estoque. Ela se assustou ao verificar na gôndola o preço do item. “É muito caro, não é acessível para todos.” Angélica diz que a partir de agora vai reaproveitar o máximo que puder as embalagens que tiver em casa.

Um grande gargalo dos sacos plásticos é a coleta seletiva. Em Belo Horizonte, a medida atinge o percentual de 10% e é criticada por especialistas. Ronaldo Gusmão, coordenador-geral da Conferência Latino-Americana sobre Sustentabilidade (Ecolatina) comenta que sem uma coleta ampla o plástico das embalagens vai parar no aterro, e assim como as sacolas, ficará no meio ambiente por mais 400 anos.


Qual é a diferença?

Sacos de plástico (de lixo)
>> Como as sacolas proibidas, são produzidos de polietileno e permanecem no meio ambiente por até 400 anos.
>> A vantagem é que como podem ser reciclados, se houver coleta seletiva deixam de ir para o aterro sanitário. (Nosso blog lembra que as sacolas proibidas também são 100% recicláveis)
>> Custo médio para o consumidor: R$ 17 (50 litros/30 unidades).


Sacolas compostáveis
>> O produto é o único permitido em Belo Horizonte.
>> Prometem uma decomposição em 180 dias.
>> São produzidas a partir do amido do milho.
>> Custo para o consumidor: R$ 0,19 a unidade para seis quilos


Fonte: Estado de Minas - Econômia

Banir plástico não é consenso entre ambientalistas

É glorioso que exista, no começo deste século, uma noção inédita de que o planeta não é uma lixeira sem fundo. Bem ou mal, o discurso verde pegou.
Não é consenso, porém, que banir as sacolinhas seja uma vitória ambiental. Existem pelo menos três questões importantes que são levantadas pelos ambientalistas.
A primeira se refere ao fato de que as sacolinhas representam fração bem pequena do lixo nacional: 1,29%.
Certamente as sacolinhas criam problemas sérios, como entupimentos na rede de esgoto e danos à vida marinha. Mas é necessário tomar cuidado para não torná-las um bode expiatório ambiental, deixando em segundo plano questões mais importantes, como o aquecimento global ou o desmatamento.
Corremos o risco de ver o sujeito que vai ao mercado com a sua camionete movida a diesel se considerando ecologicamente correto por usar uma ecobag.
Nas palavras do cientista ambiental britânico James Lovelock, a preocupação atual com as sacolas é como estar no Titanic afundando e se preocupar em "reorganizar as cadeiras no convés".
A segunda crítica é que as sacolas vão ser substituídas por outras, biodegradáveis, feitas a partir de milho.
Elas se decompõem rapidamente, algo maravilhoso, mas há de questionar até que ponto vale a pena usar comida para fazer sacolas, inflacionando alimentos.
A última questão se refere a quem vai pagar a conta. Quem assinou o acordo foram os supermercados e o governo estadual, mas o custo ficará para o consumidor.
Cada sacolinha de milho vai custar R$ 0,19. Hoje, os mercados incorporam ao preço dos produtos o custo das sacolinhas. Isso vai ser devolvido ao cliente?
Em tempos de marketing verde, parece que os supermercados ganharam uma oportunidade única de reduzir custos e, de brinde, vender uma imagem de ecologicamente corretos.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2604201105.htm
 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Não troque as sacolas plásticas

Não troque as sacolas plásticas – ainda
A Tribuna – Ciência – 14/03/2011
Embora seja o alvo preferencial dos ambientalistas, os sacos plásticos estão literalmente por toda parte. Infelizmente, eles estão também pelas ruas, mares, rios e nos lixões, uma vez que a estrutura de reciclagem é deficiente, assim como os programas de educação ambiental. Contudo, os reais benefícios ambientais, assim como eventuais desvantagens, da substituição dos plásticos por bioplásticos ainda não estão totalmente claros. Por isso, Hsien Hul Khoo e seus colegas do Instituto de Engenharia e Ciências Químicas de Cingapura decidiram fazer uma avaliação do ciclo de vida das sacolas feitas com bioplásticos para verificar se elas são mesmo boas para o meio ambiente.
A avaliação do ciclo de vida (ACV) é uma técnica usada para analisar os impactos ambientais associados a todas as fases de um processo produtivo, com a elaboração de um inventário da energia e dos recursos consumidos e das emissões e dos resíduos gerados na produção de um determinado produto.

Os pesquisadores compararam sacolas feitas de bioplástico à base de amido de milho com as tradicionais sacolas de polietileno, à base de petróleo.
De forma inesperada, a equipe descobriu que a energia consumida na produção das sacolas de bioplástico é 69% maior do que a energia gasta na fabricação de sacolas de polietileno. (do site Inovação Tecnológica).

Leia a matéria completa no site inovação tecnológica

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Recicle suas idéias

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Belo Horizonte se precipitou?

Sem destinação adequada, nova sacola não faz sentido.
 
Pesquisador diz que sem coleta seletiva e usinas de compostagem, "é jogar comida no lixo".
 
Primeira capital brasileira a abolir por lei a sacola plástica de todo o comércio, Belo Horizonte pode ter escolhido a alternativa errada para evitar danos ao meio ambiente. Desde o dia 18 de abril, o único plástico permitido na cidade é o compostável. A sacolinha, que leva amido de milho na composição e deve se biodegradar em 180 dias, pode não trazer todos os benefícios prometidos, caso não tenha a destinação adequada.
 
Vantagens questionáveis. "A compostável seria adequada se existe coleta seletiva e usina de compostagem. Sem isso, o que estamos fazendo é jogar comida no lixo", diz o diretor da Res Brasil, Eduardo Van Roost. A Res fabrica embalagens, inclusive as compostáveis, para 300 empresas no país.
 
Segundo ele, que estuda plásticos há 12 anos, o mais adequado às condições brasileiras é o plástico oxibiodegradável, que se decompõe em 24 meses e, ao contrário da sacolinha compostável, pode ser reciclado. Além disso, cada sacola oxibiodegradável custa cerca de R$ 0,03, enquanto a compostável sai a R$ 0,19, seis vezes mais cara.
 
"(A compostável) É uma tecnologia fantástica para a Dinamarca, para a Alemanha, países que têm logística reversa (estrutura para recolher e destinar corretamente o lixo). Para as nossas condições, não serve", concorda o proprietário da EcoSigma, Fernando Figueiredo, que é mestre em compostagem e gestão ambiental, e fez pós-graduação sobre o tema na Alemanha.
 
Figueiredo explica que, fora do ambiente adequado para compostagem, a sacola tida como ecológica segue processo de decomposição similar ao da oxibiodegradável. "Estão vendendo um engodo para a sociedade", diz.
 
Eduardo Van Roost conta que o plástico compostável é o único aprovado pelo decreto municipal de Belo Horizonte porque esse decreto que regulamentou a lei adotou a NBR 15448-2:2008, que trata de compostagem. Se a norma adotada fosse referente a biodegradabilidade, outros materiais também seriam permitidos.
 
O coordenador do curso de pós-graduação em engenharia mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Antônio Ávila, diz que ainda não estudou as sacolas compostáveis, mas afirma que as oxibiodegradáveis não provocam danos ambientais que justifiquem a sua proibição. "Elas são uma opção", afirma.
 
Antônio Ávila ainda questiona o fim da distribuição de embalagens nos supermercados, já que a população terá, invariavelmente, que comprar sacos plásticos para lixo. "A cidade inteira vai ter que comprar os sacos à base de petróleo", diz.
 
O engenheiro sanitarista Hiram Sartori também não estudou ainda as sacolas compostáveis, mas faz ressalvas à proibição de outros plásticos que não o biodegradável, e, mais ainda, à venda das sacolas.
 
"Aquele saco de lixo que as pessoas vão comprar é biodegradável? Não. Então, vai piorar tudo", diz. Ele também lembra que a sacola compostável, apesar de biodegradável, não deixa de ser plástico. "No nosso cenário, ela vai se desmanchar e gerar uma porção de partículas que, alguns estudiosos argumentam, ainda é plástico", diz.
 
Gerente comercial de uma grande fabricante da sacola compostável, Gisele Barbin, diz que o material se transforma em adubo em qualquer circunstância, mas afirma que, quando destinada a aterros, não é possível precisar o tempo de decomposição.
 
Teste. A EcoSigma fez um teste simples com as sacolas oxibiodegradável e compostável (veja abaixo - click na imagem para ampliá-la).
 

Fernando Figueiredo pendurou em um varal as duas sacolinhas em dezembro do ano passado. Elas ficaram expostas ao tempo e, cinco meses depois, a oxibiodegradável tinha virado pó, enquanto a compostável continuava inteira, apenas rasgada pelo vento.
O teste foi feito quando as datas de fabricação das sacolas já indicavam que estavam perto de iniciar o ciclo de degradação.

Na semana passada, a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Belo Horizonte pediu ao Procon que investigue se a sacola compostável realmente se desmancha no prazo prometido.

Fonte: Jornal O Tempo - Belo Horizonte: http://goo.gl/Ir4gR 

Lei das Sacolas gera discórdia em Belo Horizonte

Nos próximos dias, a Câmara dos Vereadores vai pedir à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) mudanças no decreto 14.367, que regulamentou a chamada "Lei das Sacolas". A avaliação do vereador Arnaldo Godoy (PT), autor da lei, é que o decreto editado pelo prefeito Marcio Lacerda em março deste ano não está de acordo com o seu projeto. "Na verdade, o decreto inviabiliza a lei", diz.

Ele ainda vai mais longe. "O decreto cria um monopólio, obriga a população a comprar apenas um tipo de material (o compostável)", diz. O vereador também explica que a lei, originalmente, não prevê a cobrança pela sacola.

Segundo Godoy, a intenção era permitir o uso de todo tipo de plástico biodegradável, incluindo o oxibiodegradável e outros materiais. "Se amanhã inventarem uma sacola biodegradável feita de capim, pode também", diz.

O chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saulo Ataíde, que participou da elaboração do decreto, afirma ainda que a iniciativa de acabar com a distribuição de sacolas para preservar o meio ambiente foi dos supermercados. A assessoria da PBH informou que só comentará a possível alteração do decreto depois de receber o pedido formal do legislativo municipal.

"O plástico é bom para o meio ambiente"

Revista Época.

Entrevista com Miguel Bahiense (engenheiro químico e presidente de três entidades pró-plástico: Instituto do PVC, Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida) e Instituto Nacional do Plástico).

ÉPOCA – O plástico virou o grande vilão ambiental. Como convencer os consumidores do contrário?
Miguel Bahiense – Os consumidores não escolheram abolir a sacola. Uma pesquisa do Ibope mostra que 75% das donas de casa preferem esse produto. Entretanto, elas são influenciadas por diversas pessoas. Desprovidas de argumentos científicos, elas o adotaram como o monstro dos problemas ambientais. São políticos que criam leis descabidas, jogadas de ecomarketing etc. As informações contra as sacolinhas terminam por chegar à população por meio da imprensa de forma equivocada.

ÉPOCA – O plástico vai parar em depósitos de lixo ou mesmo na natureza e leva milhares de anos para se decompor. Por que não evitá-lo?
Bahiense – O plástico não é um problema em si. Depende de como se usa. Ele é um material totalmente reciclável. A questão é usar o produto de forma eficiente. Cada sacola deve transportar o peso máximo estabelecido em norma. A depender do tipo de sacola, pode ser de 5, 6 ou 7 quilos. Se usarmos o máximo da capacidade de cada sacola, precisaremos de menor quantidade delas. O ponto-chave é a educação. Lançamos em 2008 um programa para a fabricação das sacolinhas dentro das normas, com um selo de garantia. O passo seguinte é treinar caixas e empacotadores. Em três anos, reduzimos 3,9 bilhões de sacolas no mercado. Estimamos reduzir mais 750 milhões em 2011.

ÉPOCA – Algumas redes de supermercado agora cobram pelas sacolinhas. É uma forma eficiente de induzir mudanças?
Bahiense – No Brasil, sempre é o consumidor quem paga a conta final. Algumas leis até obrigam a venda, e inclusive o tipo de sacola a ser usada. Acho que o consumidor tem o direito de escolher a forma que mais lhe convém. Determinar o tipo de sacola é uma agressão a esse direito de escolha. O consumidor fica mais prejudicado quando é obrigado a pagar. As chamadas ecobags são uma jogada de marketing. Ecobags são apenas sacolas retornáveis. Dentro desse conceito, posso chamar uma sacolinha comum de ecobag. Basta que eu a leve de volta ao supermercado.

ÉPOCA – Não seria melhor abolir as sacolinhas?
Bahiense – As sacolas fazem falta para embalar o lixo. Cerca de 65% do lixo urbano é resto de comida, material orgânico. E nunca o colocamos num minhocário (para virar adubo). As pessoas reutilizam as sacolas de supermercado para embalar o lixo doméstico. É a forma mais adequada de descartar o lixo, por evitar contaminações. É uma questão de saúde pública. Se as sacolinhas fossem banidas, teríamos de pensar algo do tipo “os meus saquinhos plásticos para pôr meu lixo estão acabando, vou ao supermercado comprar mais”. Para as pessoas de renda elevada, pode parecer insignificante. E a população de baixa renda? Ela passará a não ter mais sacola, pois não poderá pagar por elas e colocará o lixo em tonéis (de plásticos) em suas residências. Isso, certamente, causará sérios impactos ambientais, pois terá ao lado de sua casa ponto de atração para ratos e baratas, por exemplo, como acontecia anos atrás, antes de as sacolinhas aparecerem.

ÉPOCA – Como o plástico poderia ser bom?
Bahiense – Recentemente, a Agência Ambiental Britânica divulgou um estudo que compara as sacolinhas plásticas comuns com embalagens feitas com outros materiais, como papel, tecido, fibras naturais ou mesmo plástico mais rígido. Quem teve o melhor desempenho foi a sacolinha comum. Ela se sai melhor quando você considera outros itens. A fabricação e o uso das sacolinhas são o que menos emite gás carbônico, responsável pelas mudanças climáticas, um dos temas que mais aflige a comunidade científica mundial. O consumo energético para fazer vidro e alumínio é entre dez e 15 vezes maior que para fundir o plástico e transformá-lo num produto. Ele também leva vantagem no transporte. Como é mais leve, economiza combustível dos caminhões. Sua reciclagem também é um processo menos eletrointensivo. Em termos de emissão de carbono, o plástico sai na frente. O plástico é parte da solução ambiental.

"O plástico consome menos energia que o vidro e o alumínio
e emite menos gases responsáveis pelas mudanças climáticas"


ÉPOCA – Mas a pesquisa britânica diz que a sacola retornável será melhor se as pessoas a usarem várias vezes.
Bahiense – Sem dúvida. O estudo comprova que a ecobag não é usada. Mas as sacolinhas são. Para o lixo, para guardar sapato etc.

ÉPOCA – Há uma confusão enorme entre os tipos de plástico: o “verde” de cana, o biodegradável de milho e o oxibiodegradável. Qual é melhor para o ambiente?
Bahiense – O plástico verde usa a cana-de-açúcar, recurso renovável, como matéria-prima. Fabrica-se assim um plástico comum, com o mesmo desempenho e características de um plástico derivado do petróleo. Mas ele tem a vantagem de retirar gás carbônico da atmosfera durante a fabricação. Quando a cana-de-açúcar cresce, ela tira gás carbônico do ar pela fotossíntese. Esse carbono vira o plástico. O oxibiodegradável é o plástico comum, independentemente da matéria-prima usada, que recebe um aditivo que o torna degradável. Essa degradação é a fragmentação do plástico. Já o biodegradável de milho usa uma matéria-prima renovável que origina um plástico com a propriedade de biodegradação. A definição de biodegradação é a decomposição de um produto por meio da ação de micro-organismos em um prazo máximo de 180 dias e em condições predeterminadas como luz, temperatura, acidez, umidade etc.

ÉPOCA – O plástico oxibiodegradável não é biodegradável. Só vira pó. Por que alguns fabricantes dizem que ele seria melhor para o ambiente?
Bahiense – Sem entrar no mérito do que é mais ou menos prejudicial ao meio ambiente, a propaganda enganosa, sem dúvida, depõe contra o setor. A concorrência leva empresas transformadoras a uma prática de canibalismo de falar mal do outro tipo de plástico, o que gera mais confusão. O consumidor não pode ser alvo de propaganda enganosa porque a mentira tira dele o poder de escolher o que melhor lhe convém.

ÉPOCA – O plástico biodegradável é importado dos Estados Unidos. Por que não o fabricamos aqui?
Bahiense – O plástico de milho ainda não é sustentável pelo preço. Por isso, ele não tem escala comercial. Sustentabilidade não é apenas meio ambiente. Os aspectos social e econômico têm igual peso na avaliação do que é “mais sustentável”.