terça-feira, 10 de maio de 2011

Sacos de lixo encarecem o orçamento familiar

Sacos de lixo entram na lista de compras e encarecem orçamento

Aquisição do produto entra no foco das donas de casa e pesa no orçamento. Diferença de preços chega a 85,7% em BH

Com o fim da distribuição das sacolas plásticas em Belo Horizonte, a embalagem para o lixo entrou na lista de compras e já pesa no orçamento doméstico. Levantamento do site Mercado Mineiro em 10 supermercados da capital mostra que o preço médio encontrado pelo produto reciclado de 50 litros, com 30 unidades, é de R$ 17. A variação de preços é alta e chega a 85,7%, uma vez que o pacote de sacos de lixo é vendido entre R$ 11,79 e R$ 21,90 na cidade. Fabricantes acreditam que o valor do produto permaneça estável. A expectativa é de que não seja registrada nenhuma alta forte na procura pelos saquinhos, pois a população de baixa renda deve retomar ao velho hábito de dispensar o lixo sem acondicioná-lo em embalagens de polietileno.

A dona de casa Heloísa Machado acrescentou a embalagem plástica à sua lista de supermercado. Ela pagou pelo produto reciclado pouco mais de R$ 20 e, mesmo podendo arcar com o custo extra, observa que não são baratas. Ela conta que para fazer o produto render, está utilizando a capacidade máxima das embalagens. “Passei a dispensar o lixo a cada dois dias, ao invés de diariamente.”

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens de Plástico (Abief), Alfredo Schmitt, o crescimento da demanda pelo produto nas classes A e B não será suficiente para fazer o preço cair. “As famílias mais pobres que recebiam a sacolinha de graça não vão gastar em média R$ 15 por mês para comprar sacos plásticos. O impacto na produção da indústria vai ser bastante grande.”

Aos 82 anos, Lia Orlandi França é voluntária em trabalhos sociais em regiões de baixa renda. Moradora de um ponto nobre de BH, ela observa que o hábito da reciclagem e reaproveitamento ainda é tímido até mesmo em locais que contam com a coleta seletiva. “Estou muito preocupada. Não vejo investimentos na educação da população. Com o fim das sacolas, ninguém está ensinando aos mais pobres como lidar com seu lixo”, diz. Ela recicla os resíduos domésticos há vários anos.


A babá Angélica Ferreira não compra os sacos para lixo porque, segundo ela, o volume de sacolinhas que recebia no comércio era muito grande e ainda conta com algum estoque. Ela se assustou ao verificar na gôndola o preço do item. “É muito caro, não é acessível para todos.” Angélica diz que a partir de agora vai reaproveitar o máximo que puder as embalagens que tiver em casa.

Um grande gargalo dos sacos plásticos é a coleta seletiva. Em Belo Horizonte, a medida atinge o percentual de 10% e é criticada por especialistas. Ronaldo Gusmão, coordenador-geral da Conferência Latino-Americana sobre Sustentabilidade (Ecolatina) comenta que sem uma coleta ampla o plástico das embalagens vai parar no aterro, e assim como as sacolas, ficará no meio ambiente por mais 400 anos.


Qual é a diferença?

Sacos de plástico (de lixo)
>> Como as sacolas proibidas, são produzidos de polietileno e permanecem no meio ambiente por até 400 anos.
>> A vantagem é que como podem ser reciclados, se houver coleta seletiva deixam de ir para o aterro sanitário. (Nosso blog lembra que as sacolas proibidas também são 100% recicláveis)
>> Custo médio para o consumidor: R$ 17 (50 litros/30 unidades).


Sacolas compostáveis
>> O produto é o único permitido em Belo Horizonte.
>> Prometem uma decomposição em 180 dias.
>> São produzidas a partir do amido do milho.
>> Custo para o consumidor: R$ 0,19 a unidade para seis quilos


Fonte: Estado de Minas - Econômia

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